segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Alijó: Serviço de Atendimento Permanente é pouco procurado durante a noite - ARS-Norte

O Serviço de Atendimento Permanente (SAP) de Alijó era pouco procurado durante o período nocturno e o seu encerramento vai permitir melhorar as consultas durante o dia, defendeu hoje um dirigente da Administração Regional de Saúde do Norte.
"Em 2006, uma média de 3,2 pessoas procuraram os serviços do SAP entre as 00:00 e as 08:00 e, no geral, os problemas que apresentaram podiam ser resolvidos em consultas de ambulatório", disse à agência Lusa Pimenta Marinho, do conselho directivo da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte.
O responsável falava na sequência da manifestação realizada hoje em Alijó por cerca de 200 pessoas contra o encerramento do SAP no período nocturno.
Pimenta Marinho explicou ainda que os médicos que fazem os serviços nocturnos têm direito a folgar no dia seguinte, o que "significa que 15 ou 20 pessoas podem ficar sem consultas".
"O que se pretende é melhorar a assiduidade do médico de família, disponibilizar mais horas de atendimento e dar mais qualidade de trabalho" aos profissionais da saúde, acrescentou.
"Há sempre uma sensação de perda, mas esta requalificação tem por objectivo transformar essas oito horas (nocturnas) em consultas do ambulatório, não é diminuir a prestação dos cuidados", afirmou Pimenta Marinho, salientando que "quando não há médicos de família, tem de se ter uma alternativa. Mas não é o caso, porque o centro de saúde de Alijó tem cerca de 15 mil utentes inscritos e todos têm médico de família".
O responsável garantiu também que, antes de tomar a decisão de encerrar o SAP de Alijó durante o período nocturno, o Ministério da Saúde contactou as autarquias, os coordenadores da região e os directores dos centros de saúde, entre outros.
Pimenta Marinho sublinhou ainda que o SAP de Alijó "nunca funcionou como serviço de urgência" durante a noite e que "foram identificadas as necessidades para colmatar as carências no distrito" quando se optou pelo encerramento.
"Foram colocadas duas ambulâncias de Suporte Intermédio de Vida em Montalegre e em Peso da Régua e uma ambulância de Suporte Básico de Vida em Chaves, que completam as duas Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER) que existem em Vila Real e em Chaves", indicou.
O responsável referiu também a linha de saúde "que permite a qualquer cidadão, a qualquer hora, obter apoio, informação e ser encaminhado para o local mais indicado para o seu problema".
Pimenta Marinha disse ainda que as urgências mais próximas de Alijó serão as do hospital de Vila Real, que ficam a 42 quilómetros.
Cerca de duzentas pessoas manifestaram-se hoje, em Alijó, contra o encerramento do Serviço de Atendimento Permanente (SAP) durante o período nocturno, anunciado pelo Ministro da Saúde para "depois das Festas".
O presidente da Câmara de Alijó, o socialista Artur Cascarejo, disse que ainda não teve conhecimento oficial do encerramento nocturno do SAP, mas defendeu que se aquele serviço encerrar por não ter qualidade, então o Governo tem que criar contrapartidas que, na sua opinião, passam pela "criação de uma urgência básica no concelho".
"Na sede de Alijó estamos a 47 quilómetros do hospital de Vila Real mas há aldeias do concelho que estão a mais de uma hora de distância da unidade hospitalar mais próxima", sustentou.
Além do SAP de Alijó, até ao final do ano fecham ainda os de Vila Pouca de Aguiar e Murça, o serviço de urgência da Régua e o bloco de partos de Chaves.
Sublinhou ainda que, com o encerramento de todas aquelas estruturas, o hospital de Vila Real poderá mesmo "entupir".
Lusa

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